sábado, 17 de dezembro de 2011

Me adaptar...


Já em uma efervescência matinal transbordando de sensações, sentimentos e serás. Será mesmo que eu senti o que ninguém ouvia e via? Eu não tinha esses olhos antes e será que eu vi o que todos sentiam e eu dormi enquanto se vivia? Ah, Meireles sem adaptação e de outrora... Por entre rimas e desapegos... Um momento, rimas? Quem é que rima coração, solidão e perdão nos unindo? Encontrar, amar? Ah, não me venha com meias verdades há essa hora em um amanhecer adaptável ao que você via, mas não sentia. E se sentia, não fazia! Se é madrugada é com jeito de virada little darling...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

.Estreita.

"O coração, se pudesse pensar, pararia."



É madrugada. Agradável. Nas ruas poucas pessoas. O vento caminhando lentamente traz uma leveza aos corpos. Mas sem que eles saibam, essa calmaria vai terminar. Terminar.
Agora sentados em um banco, as palavras soam pesadas, pesadas como um fim de tarde. Sem qualquer sentimento protetor, ela olha para a luz do poste, árvores, e toda imagem em sua volta parece congelar. Congelar. Silenciar. Verbos sem ação. É um silêncio tão profundo que quase se pode ouvir o som da lágrima escorrendo lentamente sobre o seu rosto triste.
Depois, eles se levantaram e começaram a caminhar, eram dois desconhecidos perdidos em seu próprio corpo, que apesar de cansado caminhavam a passos firmes. Ainda havia um silêncio profundo. Um silêncio com vida e necessário.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Remédio para alma


As palavras têm uma magia tão grandiosa no seu despertar de sensações e sentimentos, que nos deixam completamente encantados. Mas me pergunto se pode um ser tão complexo viver de palavras, imaginação e espera.
Se é bem verdade que todo o ser precisa de amor para viver, como podem esses seres viver o tal sentimento apenas em teoria? Como fazer da ausência a mais fiel das presenças? Como devemos nos sentir após uma palavra de desejo, que no plano real não se concretiza muitas vezes por puro egoísmo? Será contentar-se mesmo com uma estória romântica?
Não sei bem como responder todas essas questões, na verdade o que sei, é que o tal amor de que as pessoas tanto necessitam é mais do que palavras ditas com falta de atenção, sei que precisamos de contato de nos sentir confortavelmente, como aquele velho toque da toalha recém-passada.
Um grande intelectual já bem se dizia: "A pessoa amada é sucessivamente o mal e o remédio, que suspende ou agrava o mal." Esse tal sentimento pode ser saudável ou não, e como qualquer outro remédio só precisa ter atenção com a bula e claro, com a parte prática.
"Que o outro sinta quanto me dói à ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade, mas talvez o seu medo ou sua culpa."



terça-feira, 27 de setembro de 2011

.Fantasmas na alma.

E depois? 
A rosa seca
As palavras desbotam
O músico desafina sem mesmo perceber os olhinhos na platéia que se fecha sem vontade de abrir, saindo de fininho.
No pensamento?
A velha conversa de que 'não compensa entrar na dança depois que a música parou.'
O coração?
Um navio fantasma...


. Á r c a d e .


Eu quero pressa de não ter pressa

Colher lírios vagarosamente e com uma suave calmaria

Sentir o vento com o seu perfume e sabor em doces primaveras.

sábado, 23 de julho de 2011

If...

Se esquecêssemos da tristeza, solidão, depressão...
Se esquecêssemos de todos os problemas da vida e de seu peso
Se soubéssemos esquecer e relevar tudo, poderia ser mais leve o viver e o conviver.
Sem culpa, sem medo e em contato com o ar.
Apenas caminhar e passar por todas as travessias bem "desapercebido" e sem osteoporose na 
alma!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

. Dois olhos negros .


Do lado de lá
Dois olhos negros esperando por um olhar
Por um sorriso
Por uma mera atenção

Dois olhos negros e inocente, sorrindo atentos

Do lado de cá
Dois olhos sem cor, sem brilho
Esperando compreender o porquê do sorriso
Dois olhos buscando por respostas

"deixaram certezas e dúvidas..."



terça-feira, 14 de junho de 2011

. N o s t a l g i c o .


Esse texto do Luis Fernando Veríssimo, postado abaixo foi lido uma vez em sala de aula por um 'antigo' professor de redação que eu tive. Como era época de vestibular e todos com os nervos a flor da pele, foi um texto que marcou um muito e até hoje ainda gosto muito dele!

MÚLTIPLAS ESCOLHAS

1) Você faz o vestibular. Você:
a) passa.
b) não passa.

2) Você passa no vestibular. Você:

a) comemora com colegas que também passaram, abraça todo mundo, grita, quando vê está pulando no mesmo lugar abraçado a uma menina que você nunca viu e que se chama Maria Cristina.

b) comemora com seus familiares, faz todo o seu curso sonhado de Engenharia, custa a arranjar emprego, finalmente se associa a um primo e abre uma lavanderia, casa, tem filhos, netos, uma vida razoável e morre de uma falha do coração artificial em 2044.

3) Você não passa no vestibular. Você:

a) pensa em se matar, pensa em se dedicar ao crime, finalmente decide fazer um curso técnico, torna-se líder sindical, depois entra na política, acaba sendo o segundo torneiro mecânico eleito presidente na História do Brasil.

b) tenta de novo, e de novo, e de novo e acaba casando com uma viúva rica que é, inclusive, dona de uma universidade.

4) A Maria Cristina lhe dá seu telefone. Você:

a) não liga para ela, nunca mais a vê, e sai desta história incólume.

b) liga para ela, e vocês combinam se encontrar, apesar do seu pressentimento de que aquele sinalzinho que ela tem perto do canto da boca não pode dar em boa coisa.

5) Você e a Maria Cristina se encontram, na casa dela. Ela:

a) está sozinha em casa.

b) está com o pai, a mãe, um irmão/armário, duas tias grandes e um pit bull e nada acontece.

6) Ela está sozinha em casa. Vocês:

a) se amam loucamente e juram que nunca mais vão se separar.

7) Vocês se amam loucamente e juram que nunca mais vão se separar. Você:

a) a pede em casamento, e ela aceita.

8) Você a pede em casamento e ela aceita. Você:

a) chega em casa com a notícia, a sua família não concorda, diz que aquilo é uma loucura, que vocês são muito jovens, que precisam pensar, que onde se viu, que não contem com o dinheiro deles, que você vai jogar a sua vida fora por um sinalzinho perto do canto da boca, que blablablá, e você sai dizendo que vai fugir com ela e pronto e bate a porta.

b) chega em casa com a notícia, que causa um escândalo, e você se convence que seria loucura mesmo, que o melhor é namorarem, os dois terminarem a faculdade, e no fim, se o amor ainda existir, pensarem no que fazer, e sua história também termina aqui.

9) Você a pede em casamento, ela diz que é melhor dar um tempo, você concorda, mas semanas depois ela diz que está grávida. Você:

a) casa com ela.

b) foge para Curitiba.

10) Você a pede em casamento, ela aceita, seus pais não aceitam, os pais dela não aceitam, você foge com ela. Você:

a) é obrigado a desistir de estudar e acaba vendendo artesanato na calçada para sustentá-la, sentindo que jogou a sua vida fora e lamentando a comemoração do maldito vestibular.

b) e ela vão viver em Santa Catarina, amam-se loucamente, mas voltam duas semanas depois, a tempo de se inscrever em suas respectivas faculdades, e ficam bons amigos.

11) Ela diz que está grávida e vocês decidem se casar, com a bênção resignada das famílias. Você: a) usa a ajuda que recebeu do seu pai para comprar uma van a prestação, acaba com uma frota de vans, fica rico, aparece na Caras, tem filhos e netos e morre de uma falha do coração artificial em 2044.

b) descobre, horrorizado, no altar, que o sinalzinho perto do canto da boca era pintado e agora está perto do olho, e pensa em como seria bom se a gente pudesse voltar atrás e corrigir todas as escolhas erradas que fez na vida, mas como saber se a escolha era errada ou não, já que a vida não tem gabarito?

12) O padre pergunta se você aceita a Maria Cristina como sua esposa. Você:

a) diz "sim".

b) foge para Curitiba.
 
 
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A hora mais silenciosa


 Desapegar, desgarrar, deixar-se e deixar ser...

Gastamos muito tempo buscando, encontrando e desencontrando amores e sabores, de repente como uma queda de energia nos vemos em uma necessidade de desatar todos os nós que nos aprisiona.
Deixamos de dar importância aos valores antigos fazendo com que eles se tornem lembranças agridoce e passageiras.
Restando apenas um observar sem sentir absolutamente nada, tornando-se indiferente a tudo. Não é medo, solidão, tristeza ou infelicidade, é apenas um corpo cansado na hora mais silenciosa.
É um sentar em uma varanda com o toque confortável da toalha após um banho e apenas observar o movimento da cidade ao longe.


Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.
Machado de Assis


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Roleta Russa

Ouço o "clique", e não vejo à luz se acender.
Grito, canto, e não ouço a minha voz.
Deito em minha cama, e não sinto o meu corpo.
Calço as meias, e não sinto meus pés.
Inspiro, e não encontro o ar.

Puxo o gatilho, ouço o estalo
... mas estava sem munição...


quarta-feira, 2 de março de 2011

Quem me dera....


Hoje venho escrever neste blog com um sabor meio amargo, na tentativa de me sentir um pouco melhor ao terminar este texto. E como diria Clarice Lispector: Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever.
Como seria bom se pudéssemos ter o poder de atrasar o relógio, ou o calendário. Voltar à tempo em que os dias eram menos carregados de incertezas e infelicidade. Poder correr, sentir livre e sem preocupações. Acreditar que o ser humano não é mesquinho, que não é tão interesseiro. 
Quem me dera poder acreditar que seria sempre rodeada de amigos, no verdadeiro sentido da palavra. Que me tornaria uma pessoa forte e corajosa, que saberia resolver todos os embaraços da vida.
Ou então ter horas de descuido e encontrar a felicidade. Andar despreocupada pelas ruas, sentir a brisa da manhã, o calor do meio-dia e a nostalgia do fim da tarde, e ao chegar a noite deitar sem tristezas e com esperança de que o alvorecer será melhor.

"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Talvez...

As vezes para que os nossos esforços sejam reconhecidos precisamos dar uma pausa, dar um passo para trás e fazer uma coisa de cada vez. Tentamos nos ocupar com mil coisas,  para elevar o conhecimento ou para descobrir a nossa verdadeira essência?
Nos descobrir, achar o que nos satisfaz é mais difícil do que se pode pensar, talvez porque não somos e nem seremos completos, porque a verdadeira perfeição não existe e alcançar a plenitude é uma virtude para poucos.
Escolher quem estará ao nosso lado, onde, quando e como. Dizem que pessoa é substituível, mas nunca será por completo. As pessoas passam deixam marcas em nós, o que faz com que elas sejam únicas, insubstituíveis. 
Exigimos muito, sentimos muito. Esquecemos o que está longe por valorizar muito o que está perto e vice-versa. E continuamos com o medo ao lado. Medo de ficar só, de ficar velho demais, chato, rancoroso, medo de ser infeliz sempre, medo de não ter o que oferecer e de não ter quem lhe ofereça consolo.
 Complicamos demais a vida, as vezes é preciso desligar o botão 'foda-se', as vezes é preciso desligar todos os botões!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ser(tão)

A manhã chega com uma mágia singela, sinto o vento me abraçando com um frescor que preenche cada pedacinho do meu ser. Ser esse que aparece e se esconde, se misturando com a vontade de ser mais e ter menos. Apenas ser!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Névoas Azuis

Era mais um alvorecer sutilmente encantador, ela me esperava debaixo de uma imensa árvore, senti o toque macio de sua pele ao abraçar levemente o seu corpo. De mãos dadas começamos a caminhar por trilhas dentro de um pequeno bosque. Tudo soava maravilhosamente de dentro dele, era como se todas as árvores, animais e insetos se movessem em uma perfeita harmonia que nos contagiava fazendo com que sentíssemos assim também, em perfeita harmonia.
Ela me olhava com um olhar sedutor  correndo entre as árvores com uma felicidade jamais vista e sentida, era como se ela estivesse ouvindo uma voz que a guiava por caminhos cheios de segredos, como se ela tivesse esperado ansiosamente por esse momento. 
Eu já não podia mais compreender o que fazia naquele lugar que me envolvia e confortava, mas que ao mesmo tempo fazia me sentir completamente descolcado, como uma alma que vaga em um espaço infinito.
Agora podia sentir apens um abraço frio, porém, ainda via o seu delicado rosto refletido em meus olhos. 
A noite chegava misteriosa, eu a chamava para que pudessemos voltar para casa, ela só sorria sem se mover, uma sombra cobria lentamente a sua imagem eu já não conseguia ve-la mais e um silêncio sepulcral tomava conta de tudo a minha volta, estava completamente perdido, não sabia o que fazer nem o que pensar, nunca mais conseguiria viver sem a parte que me completava, era um elo essencial para que houvesse vida na minha vida, só me resta me entregar a todos os alvorecer na tentativa de diminuir por instantes a imensa aflição que que arrasta por dias sem fim...