quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ego


O que vou escrever agora é uma adaptação de um conto fictício de uma menina em que senti uma grande empatia por ela, portanto vão ter várias frases emprestadas. A primeira não podia ser melhor pra se começar. "Era uma vez uma menina que não sabia qual o seu lugar no mundo". Realmente pode até parecer absurdo e um tanto de egoísmo por existirem pessoas em situações piores. Tenho meus momentos de euforia mas logo caio em mim e vejo que vai acabar como tudo acaba " pior ainda - no negrume da morte" Queriam que eu fosse obediente e atenta "(...) e que eu domasse a letra que caia em garranchos no papel, (...) roendo a ponta do lápis sonhava que um amado viria, no futuro não muito remoto, libertar-la do destino de ser incompetente e inadaptada e de poder fazer o que queria" Mas afinal, o que queria? Penso que me faltou ou que passou alguma coisa em mim, e agora procuro consolo nessa última citação: " Se me castigaram tanto, e são pessoas boas, e me amam como dizem, com certeza devo ser muito má." Eu queria que me ouvissem sem que eu precise falar, e que não me julguem, queria ainda poder pedir desculpas e acreditar que isso resolveria alguma coisa...

Trechos retirados da Obra "O rio do meio" de Lya Luft.

Distração


O vento frio entra pela janela trazendo as gotículas da chuva. A folha de papel cai sobre o chão em um voo dançante. Sinto como se todos os meus orgaos do corpo se movimentassem em perfeita harmonia. Por uns instantes acredito que tudo esta em seu devido lugar. Mas agora fecharam as janelas!

Gurizada


Percebo que realmente odeio criONÇAS. A professora inocentemente abre a jaula e uma gurizada saem com os olhinhos brilhando e com sede de travessuras. E é um corre daqui, esconde dali, pula, pendura em árvores, mesas e grades. Atiram seus brinquedos pra todos os lados, ou melhor, suas garras, espinhos, venenos e ferroes. Eu permaneço imobilizada pela tal cena de terrorismo que elas me causam, permaneço sentada só observando. De repente vem uma criaturinha e senta-se do meu lado esquerdo, acho que ela esperava que eu fizesse algumas daquelas gesticulações bobas, ou ao menos que eu conversasse um pouco. Mas não sou capaz disso ainda, não atingi tal ponto de loucura, não consigo parar de olhar as perebas em um dos braços e um calombo enorme no olho direito. Enfim ela vai embora, porem não demora e volta com uma amiguinha pra me atordoar ainda mais, como se não bastasse começa a puxar assunto, um inofensível "Oi" que poderia ser trágico. Respondo um um sorriso super amarelo e não falo mais nada pra que a mesma num crie nenhum tipo de afeição. Vejo que é hora de recuar, dar mais um passo pra trás e apenas ficar vendo os pais apanhar seus respectivos filhotinhos!