"O coração, se pudesse pensar, pararia."
É madrugada.
Agradável. Nas ruas poucas pessoas. O vento caminhando lentamente traz uma
leveza aos corpos. Mas sem que eles saibam, essa calmaria vai terminar.
Terminar.
Agora sentados
em um banco, as palavras soam pesadas, pesadas como um fim de tarde. Sem
qualquer sentimento protetor, ela olha para a luz do poste, árvores, e
toda imagem em sua volta parece congelar. Congelar. Silenciar. Verbos sem ação.
É um silêncio tão profundo que quase se pode ouvir o som da lágrima
escorrendo lentamente sobre o seu rosto triste.
Depois, eles
se levantaram e começaram a caminhar, eram dois desconhecidos perdidos em seu
próprio corpo, que apesar de cansado caminhavam a passos firmes. Ainda havia um
silêncio profundo. Um silêncio com vida e necessário.