quarta-feira, 23 de novembro de 2011

.Estreita.

"O coração, se pudesse pensar, pararia."



É madrugada. Agradável. Nas ruas poucas pessoas. O vento caminhando lentamente traz uma leveza aos corpos. Mas sem que eles saibam, essa calmaria vai terminar. Terminar.
Agora sentados em um banco, as palavras soam pesadas, pesadas como um fim de tarde. Sem qualquer sentimento protetor, ela olha para a luz do poste, árvores, e toda imagem em sua volta parece congelar. Congelar. Silenciar. Verbos sem ação. É um silêncio tão profundo que quase se pode ouvir o som da lágrima escorrendo lentamente sobre o seu rosto triste.
Depois, eles se levantaram e começaram a caminhar, eram dois desconhecidos perdidos em seu próprio corpo, que apesar de cansado caminhavam a passos firmes. Ainda havia um silêncio profundo. Um silêncio com vida e necessário.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Remédio para alma


As palavras têm uma magia tão grandiosa no seu despertar de sensações e sentimentos, que nos deixam completamente encantados. Mas me pergunto se pode um ser tão complexo viver de palavras, imaginação e espera.
Se é bem verdade que todo o ser precisa de amor para viver, como podem esses seres viver o tal sentimento apenas em teoria? Como fazer da ausência a mais fiel das presenças? Como devemos nos sentir após uma palavra de desejo, que no plano real não se concretiza muitas vezes por puro egoísmo? Será contentar-se mesmo com uma estória romântica?
Não sei bem como responder todas essas questões, na verdade o que sei, é que o tal amor de que as pessoas tanto necessitam é mais do que palavras ditas com falta de atenção, sei que precisamos de contato de nos sentir confortavelmente, como aquele velho toque da toalha recém-passada.
Um grande intelectual já bem se dizia: "A pessoa amada é sucessivamente o mal e o remédio, que suspende ou agrava o mal." Esse tal sentimento pode ser saudável ou não, e como qualquer outro remédio só precisa ter atenção com a bula e claro, com a parte prática.
"Que o outro sinta quanto me dói à ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade, mas talvez o seu medo ou sua culpa."