sexta-feira, 22 de abril de 2011

A hora mais silenciosa


 Desapegar, desgarrar, deixar-se e deixar ser...

Gastamos muito tempo buscando, encontrando e desencontrando amores e sabores, de repente como uma queda de energia nos vemos em uma necessidade de desatar todos os nós que nos aprisiona.
Deixamos de dar importância aos valores antigos fazendo com que eles se tornem lembranças agridoce e passageiras.
Restando apenas um observar sem sentir absolutamente nada, tornando-se indiferente a tudo. Não é medo, solidão, tristeza ou infelicidade, é apenas um corpo cansado na hora mais silenciosa.
É um sentar em uma varanda com o toque confortável da toalha após um banho e apenas observar o movimento da cidade ao longe.


Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.
Machado de Assis


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Roleta Russa

Ouço o "clique", e não vejo à luz se acender.
Grito, canto, e não ouço a minha voz.
Deito em minha cama, e não sinto o meu corpo.
Calço as meias, e não sinto meus pés.
Inspiro, e não encontro o ar.

Puxo o gatilho, ouço o estalo
... mas estava sem munição...