quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Darling!!


"...Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo que os ares agita,

Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro.

Num laço de fita."


O laço de fita, CASTRO ALVES




Do telhado da casa só faltava sair fumaça, as ruas estavam monótonas, podia-se ouvir as folhas do calendário inquietamente querendo voar. Vontade de que o tempo passe rápido.
Ao entrar pela porta da frente, encontraria com ela.
E lá estava com o corpo meio deitado, apoiando um livro no queixo, as unhas solferinas tocavam a capa no ritmo da música.
"... here comes the sun".
Era mesmo estranha essa menina, mistura de anjo com diabo, de doce, amargo e azedo no final. Naquela tarde quente ela buscava em vão ficar plenamente tranquila com a calmaria que a cercava. Tenvava disciplinar os pensamentos mantendo-os no caminho preestabelecido, assim como uma locomotiva em seus trilhos.
Porém essa locomotiva andava meio desregulada, desnorteada, emitindo sons estranhos, e seus trilhos estavam soltos cheios de curvas.
Sentindo um sabor agridoce, bem do jeito que ela gostava, podíamos sentir saudade de nós mesma.

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