Lucy está com dificuldades para se concentrar e para fazer seus
trabalhos. Mas também, como se concentrar? Ela realmente não está em sua melhor
fase. A cada hora há uma mudança de fase. Numa transitoriedade angustiante. Ela
é o seu próprio caleidoscópio. Caleidoscópio meio barroco esse. Formado por
fragmentos que restaram de si mesma. Fragmentada por sentimentos, tristes,
felizes, otimistas e pessimistas. É
tanta coisa que dá até um nervoso. As borboletas no estomago não se agüentam
mais.
Um dia inteiro é um mês sem fim em sertões com labirintos já habitados
antes. Labirintos com desvios suspeitos, atalhos incertos, e com novos caminhos
a serem feitos com uma essência nova, pronta para ser semeada. Mas há também um
bloqueio que definirá qual é o curso a seguir.
Mas Lucy está tranqüila também, ela sabe que pode sobreviver, e se caso
isso não for possível, o ‘não - sobreviver’ será apenas uma solução. Afinal de
contas, que disse que a morte é um problema?
Ela só precisa apenas esperar um pouco mais, esperar o tal bloqueio se
desfazer. É, esperar mesmo, ela não pode contra esse bloqueio. E no fim, o
importante mesmo é que ela apenas ter
coragem. E é como o que já foi dito; “É preciso sofrer depois de ter sofrido, e
amar, e mais amar, depois de ter amado.”