sábado, 25 de setembro de 2010

Desabafo


As vezes palavras só fazem mal, isso acontece quando os atos valem mais que certas palavras. Afinal de contas de que adianta falar uma coisa que não vai de fato se concretizar, e certas intenções, sejam elas boas ou não a gente pode ver no olhar, e isso se torna mais importante...

"Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul ­ o mesmo da minha infância ­,
Eterna verdade vazia e perfeita!"


Lisbon Revisited

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Darling!!


"...Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo que os ares agita,

Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro.

Num laço de fita."


O laço de fita, CASTRO ALVES




Do telhado da casa só faltava sair fumaça, as ruas estavam monótonas, podia-se ouvir as folhas do calendário inquietamente querendo voar. Vontade de que o tempo passe rápido.
Ao entrar pela porta da frente, encontraria com ela.
E lá estava com o corpo meio deitado, apoiando um livro no queixo, as unhas solferinas tocavam a capa no ritmo da música.
"... here comes the sun".
Era mesmo estranha essa menina, mistura de anjo com diabo, de doce, amargo e azedo no final. Naquela tarde quente ela buscava em vão ficar plenamente tranquila com a calmaria que a cercava. Tenvava disciplinar os pensamentos mantendo-os no caminho preestabelecido, assim como uma locomotiva em seus trilhos.
Porém essa locomotiva andava meio desregulada, desnorteada, emitindo sons estranhos, e seus trilhos estavam soltos cheios de curvas.
Sentindo um sabor agridoce, bem do jeito que ela gostava, podíamos sentir saudade de nós mesma.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sádico, mágico...

E então voltou a chover. Enquanto ele falava eu levava o copo na boca e observava as gotas de chuva que caia em seu joelho... Não parecíamos estar nem um pouco estar nos importando se estávamos molhando, se estava frio, calor o escambau.
Porque quando estamos do lado de alguém especial nada disso parece importar mais!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sinfonia dos Amaldiçoados


"Hei de dormir, mas não descansar.
Eu me preparo para a batalha, não a do corpo, e sim a da mente.
Entorpecido , duelarei com minhas identidades mais fracas, aniquilarei toda a lembrança que faz de mim menos do que eu deveria ser..."

- Os ritos do Dragão


Sinfonia dos Amaldiçoados

Sedimentar


A cada hora abrem-se as cortinas com uma nova representação e novo cenário. Todos os traços devem ser bem contornados, do perfeito ao imperfeito.
São fios que flutuam e se enlaçam, laços apertados, complexos, frageis e problemáticos. Ora numa necessidade de se apertar mais e mais, ora de se distanciar a nós e nós, nó.
E assim se segue, mil horas sem fim, um novo preludio a cada minuto até que as cortinas se fechem para que se possa abrir novamente...