quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Dar de Ombros



" A gente não parte, retoma o caminho e carregando meu vicio, o vicio que lançou raízes de dor ao meu lado desde a idade da razão, e sobe ao céu, me bate, me derruba, me arrasta. A última inocência e a última timidez. Está dito. Não levar ao mundo mais dissabores e minhas traições."

RIMBAUD


E todos os dias no mesmo horário cumpriria o ritual de dar corda ao relógio continuando a vida, e dentro de cada badalar estaria a minha existência num toque seco e áspero e com uma mesma fragilidade. Porque assim que é! No começo tudo pode parecer ou até ser belo, porem mais cedo ou mais tarde restaria apenas lembranças amargas, como sempre são. Chego a conclusão de que não sei muita coisa, mas muito desconfio, e tudo é sempre de maneira calculada. Todos os desapontamentos, silencio e solidão desenha meu contorno. E antes que ser torne mais amargo esquecerei facilmente de puxar a corda...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Agridoce

Tudo fica quieto. De repente um som de um rádio bem longe quebra o silêncio fazendo todo um reboliço nas com ideia que transitavam inocentemente. A garganta dói com o aperto do nó que se torna cada vez mais forte, engolindo a seco com sabor agridoce. Bate uma saudade daquela estrada que parecia não ter fim, os olhares inocentes contando os Ipês, descrevendo a cor da terra. Ver o Sol nascer alegre e morrer triste em um triste fim de tarde. Sentir a esperança brotar com o brilho do luar e comemorar conseguir guardar o segredo da estrela cadente. Ser vencido pelo choro no telefone ao ouvir a voz de uma pessoa especial que pode estar longe e perto ao mesmo tempo e ficar feliz por isso! E ter logo depois uma mão que desliga o rádio e que apagam a luz. Me viro cobrindo a orelha com o cobertor, sentindo o nó se desatar vagarosamente(...)